É assim que penso que o mundo atual pode enganar-se.
Presume-se que aqueles que leram de tudo também entendem tudo, mas nem sempre é assim.
Ler apenas fornece à mente materiais de conhecimento, mas é ao pensarmos que adquirimos saber.
Somos do tipo ruminante e não basta abarrotarmo-nos com uma quantidade enorme de informações; a menos que as mastiguemos novamente, não nos vão dar nem força, nem lucidez.
Existem, de fato, em alguns escritores, pensadores, exemplos visíveis de pensamentos profundos, raciocínio minucioso e agudo e ideias bem desenvolvidas.
A luz que eles dariam seria de grande utilidade, se o seu leitor os observasse e os imitasse; tudo o resto, na melhor das hipóteses, não passa de erudição inútil.
Para transformar-se em conhecimento, sabedoria, exige-se reflexão.
O conhecimento pasteurizado é um perigo cada vez mais presente.
Um conhecimento como este é apenas conhecimento de ouvir dizer, e a sua ostentação é, na melhor das hipóteses, apenas falar de cor e, muitas vezes, com base em princípios fracos e superficiais.
Pois nem tudo o que se encontra na literatura é construído sobre verdadeiros fundamentos, nem é sempre corretamente deduzido dos princípios sobre os quais se pretende tomar decisões importantes.
Sem mencionar as desonestidades de pesquisas e trabalhos viciados, com intenções nada confessáveis.
Nada substitui a sabedoria.
Autor: Dr. Antônio Alcides Klug Jr.